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Trump é destaque em acordo que prevê troca de reféns entre Israel e Hamas

  • gilbertosantosmarc
  • 12 de out.
  • 3 min de leitura
Enviado dos EUA anuncia retorno de israelenses sequestrados e celebra papel decisivo do ex-presidente na trégua negociada com apoio internacional.

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Em Tel Aviv, manifestantes seguram fotos de reféns durante ato na Praça dos Reféns, celebrado após o anúncio do acordo de troca entre Israel e Hamas, mediado por Donald Trump, em 11 de outubro de 2025 – Foto: Jack Guez/AFP


No segundo dia do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, afirmou neste sábado (11), em Tel Aviv, que “os reféns israelenses vão voltar para casa”. O discurso emocionado foi feito na Praça dos Reféns, diante de milhares de manifestantes que carregavam fotos dos sequestrados e entoavam gritos de apoio ao ex-presidente Donald Trump, apontado como principal articulador do acordo que prevê a libertação de 48 reféns em troca de 2.000 prisioneiros palestinos.


A trégua, negociada com mediação dos EUA, Egito, Catar e Turquia, representa uma pausa em dois anos de guerra entre Israel e o grupo islamista Hamas. Além da troca, o acordo inclui a retirada parcial das tropas israelenses da Faixa de Gaza e a ampliação da ajuda humanitária à população palestina.


Durante o pronunciamento, Witkoff reforçou o comprometimento da Casa Branca com as famílias dos reféns e afirmou que os Estados Unidos responsabilizarão o Hamas por qualquer dano aos cativos. Ele também prometeu que “os EUA farão o que for certo pelo povo de Gaza”.


Recepção dividida


Apesar dos aplausos e das bandeiras norte-americanas e israelenses agitadas durante o evento, parte das famílias demonstrou ceticismo. Algumas relataram à imprensa local que o discurso não trouxe novidades concretas e soou como retórica política em um momento de grande fragilidade emocional.

“Vivemos um momento de euforia e luto ao mesmo tempo”, disse Benjy Maor, israelense com cidadania americana. “É um alívio, mas também uma dor profunda.”


Detalhes do acordo


Segundo informações oficiais, dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, apenas cerca de 20 são considerados vivos. Os 28 restantes, mortos, terão os corpos devolvidos às famílias.


A troca acontecerá em duas etapas e será supervisionada pela Cruz Vermelha e por uma força internacional com 200 militares dos EUA e observadores árabes. Os prisioneiros palestinos — incluindo 250 condenados por atentados e 1.700 detidos durante a guerra — serão enviados para Gaza, Cisjordânia ou países como Egito e Turquia, de acordo com o perfil de cada detento.


Também está prevista a retirada parcial das forças israelenses, reduzindo sua presença de 75% para 53% da Faixa de Gaza, para facilitar o retorno de mais de 500 mil deslocados palestinos. A entrada de 400 caminhões diários com alimentos, medicamentos e combustível foi autorizada.

Papel político de Trump


O acordo é baseado em um plano de 20 pontos apresentado por Donald Trump, que tem explorado o sucesso da negociação para reforçar sua imagem internacional e fortalecer sua posição política nos Estados Unidos. Durante o evento em Tel Aviv, apoiadores chegaram a gritar “Thank you, Trump!”, enquanto o ex-presidente voltou a declarar que “merece o Nobel da Paz”.


Apesar do avanço diplomático, temas cruciais seguem em aberto. Israel exige o desarmamento do Hamas — uma condição rejeitada pelo grupo, que só aceita negociar após o reconhecimento de um Estado palestino soberano com capital em Jerusalém Oriental.


Especialistas e mediadores alertam que, embora o acordo represente um progresso, a paz duradoura ainda está distante e dependerá de confiança mútua, garantias internacionais e novas rodadas de negociação.




 
 
 

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©2020 por Gilberto Marçal. 

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