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Senado pode votar hoje projeto que legaliza bingos, cassinos e jogo do bicho

  • gilbertosantosmarc
  • há 51 minutos
  • 2 min de leitura
Proposta divide parlamentares e enfrenta resistência da bancada evangélica; governo e setores do turismo defendem legalização como estímulo econômico.

Após mais de três décadas de discussões, o Senado Federal pode votar ainda nesta terça-feira (8/7) o projeto de lei que legaliza bingos, cassinos, jogo do bicho e outras modalidades de jogos de azar no Brasil. A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022 e passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em junho de 2024, com placar apertado de 14 votos a 12.


O esforço para destravar a pauta tem sido liderado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com apoio do relator da proposta, senador Irajá Abreu (PSD-TO). A iniciativa, no entanto, ainda enfrenta forte oposição da bancada evangélica e de setores preocupados com os impactos sociais da legalização.


Projeto abrange diversas modalidades de jogo


O texto prevê a autorização de:


  • Jogo do bicho;


  • Bingos em casas especializadas e estádios;


  • Cassinos integrados a resorts e embarcações;


  • Corridas de cavalos (turfe).


A medida tem apoio de partidos do centrão e da base do governo Lula, como União Brasil, PP, PT e PSD, além do ministro do Turismo, Celso Sabino. Defensores da proposta afirmam que a legalização pode atrair investimentos, aumentar o turismo, gerar empregos e ampliar a arrecadação do Estado.


Críticas e riscos sociais


Por outro lado, senadores como Eduardo Girão (Novo-CE) alertam para o risco de aumento do vício em jogos, endividamento e colapso familiar. “É uma desumanidade votar isso diante da pandemia de apostas que vemos no país”, afirmou.


O Ministério do Desenvolvimento Social, em resposta ao senador Flávio Arns (PSB-PR), também ressaltou a necessidade de considerar os impactos sociais da legalização. A pasta citou exemplos de países como Reino Unido e Austrália, que enfrentam desafios com vício em jogos e sobrecarga nos serviços públicos de saúde e assistência social.


Caminho legislativo


Se aprovado no plenário do Senado sem alterações, o projeto segue direto para sanção presidencial. O presidente Lula, embora não entusiasta da proposta, já sinalizou que poderá sancionar o texto caso haja acordo entre os partidos. “Não sou favorável ao jogo, mas se o Congresso aprovar, não há por que não sancionar”, afirmou em entrevista no ano passado.


O projeto original foi apresentado em 1991 pelo então deputado Renato Vianna (PMDB-SC), mas só avançou após a Câmara, em 2022, retomar e ampliar seu escopo sob a liderança do então presidente Arthur Lira (PP-AL).


Com o recesso parlamentar se aproximando, aliados de Alcolumbre e Irajá pressionam para que a votação aconteça ainda nesta semana. O resultado poderá redefinir o cenário regulatório dos jogos de azar no Brasil após 80 anos de proibição.



 
 
 

©2020 por Gilberto Marçal. 

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